terça-feira, 11 de outubro de 2016

Ecranoplano ou Ekranoplano.

Ecranoplano Russo.


Ecranoplano, em russo: экраноплан é uma classe de aeródinos com características peculiares, diferente dos hidroaviões, aerobarcos e hovercrafts. O termo deriva da denominação que recebe em russo de efeito solo: экранный эффект.




A história do Ekranoplano, uma espécie de avião ou barco que utilizava um fenômeno denominado de efeito solo é um dos grandes inventos da guerra fria, quando a União Soviética e os Estados Unidos lutavam em todas as frentes possíveis e imaginárias pela supremacia mundial. Esta invenção militar soviética é fruto não só de uma equipa brilhante de cientistas e engenheiros que desenharam e construíram um veículo sem igual, como também da direção política da União Soviética de Krushev, uma época onde a tecnologia e a inovação eram apoiadas ao mais alto nível. 




Inventado pelo engenheiro naval soviético Alexeev Rostislav Evgenievich nos anos 50, o ecranoplano foi projetado para movimentar-se voando a poucos metros de altura sobre uma superfície plana, geralmente aquática, sem ser detectado pelos radares inimigos, aproveitando o chamado efeito solo.






Durante a Guerra Fria, os ecranoplanos foram vistos inicialmente no Mar Cáspio, como veículos estranhos, grandes e velozes. Eles eram chamados de Monstros do Mar Cáspio pela inteligência norte americana, confundida por um veiculo tão grande, que se parecia com um avião sem uma parte das asas. No final da guerra fria o "monstro" foi revelado como um avião secreto dos militares russos, desenhado para voar a apenas alguns metros da água, economizando energia ficando abaixo do radar inimigo. 
Tinha mais de 100 m de comprimento, pesava 540 toneladas em plena carga e podia viajar a mais de 400 km/h, podendo voar não apenas próximo da água, mas também sobre o gelo, neve ou terreno plano com igual facilidade.
As máquinas criadas foram impressionantes, e causaram espanto quando foram descobertas pelo Ocidente. Os satélites americanos detectaram uma dessas aeronaves no Mar Cáspio, em 1971, e os analistas militares do Pentágono não souberam classificar aquela coisa. Era algo diferente de qualquer coisa que já tinham imaginado. Deram-lhe então o nome de "Caspian Sea Monster", o Monstro do Mar Cáspio.

Efetivamente, o Monstro do Mar Cáspio, o ekranoplano KM, construído em 1966, era realmente um monstro: tinha 100 metros de comprimento, 540 toneladas de peso máximo operacional, e 10 motores turbojato. Era gigantesco, 30 metros mais comprido e 170 toneladas mais pesado que um Boeing 747, que nessa época era pouco mais que um rascunho de projeto. Seu "nível" de voo era 30 cm (1 pé) AGL, e seu teto operacional era 3 metros (10 pés). Podia levar 900 passageiros militares a 500 Km/h. Somente um exemplar do KM foi construído, e o mesmo acidentou-se quando foi atingido por uma forte rajada de vento, desestabilizando-o. O piloto, desobedecendo o manual, ao invés de descer, subiu, fazendo a aeronave estolar e precipitar-se no mar.







Outro modelo foi o Lun (Лунь), cujo nome significa "pombo". Desenvolvido inicialmente como transporte, foi adaptado como lançador de mísseis, podendo carregar misseis nucleares. Um único exemplar dessa aeronave de 76 metros foi construído. Sua velocidade máxima dera de 500 Km/h. O Lun ainda está na sua base em Kaspiysk, e pode ser visto no Google Earth, nas coordenadas geográficas 42º 52' 55" N - 047º 39' 24" E.






Por fim, o projetista Robert Ludvigovich Bartini construiu, em 1973, uma aeronave, denominada Bartini-Beriev VVA-14. Sua função era interceptar submarinos nucleares, especificamente os transportadores de mísseis estratégicos nucleares Polaris (os submarinos do fim do mundo). O único exemplar construído foi preservado no Museu de Monino, em Moscou, onde pode ser visitado, sem asas e sem motores.






Outra máquina, o A-90 Orlyonok, destinado ao transporte e desembarque de tropas e veículos blindados, com 140 toneladas de peso máximo e autonomia de 2.000 quilômetros, voava a dois metros acima da superfície aquática numa velocidade de até 400Km/h. Foram construídas quatro unidades deste modelo. algumas das quais ainda devem existir. Tinha 58 metros de comprimento. Suas asas, melhor elaboradas, davam um teto operacional de 300 metros à aeronave. Sua designação (Орлёнок) significa "Pequena Águia". Seu último voo conhecido ocorreu em 1993.






Os ekranoplanos tinham alguns problemas graves, como baixa manobrabilidade e instabilidade de voo. Tais problemas poderiam ser resolvidos com tempo (e dinheiro), mas a Rússia, após o fim da União Soviética, entrou em uma grave crise econômica e todos os desenvolvimentos posteriores acabaram cancelados.

Suposta imagem do BE-2500 Neptun


Atualmente existe um projeto de um novo e moderno ekranoplano, o Beriev Be-2500 Neptun aeronaves transoceânica-anfíbio será capaz de tirar quatro vezes maior carga de Antonov An-225. Neste momento, o An-225 é o maior avião do mundo.
O planejamento do Be-2500 começou como uma contemplação militar, mas continuou como um projecto civil. Esta é a maneira usual de prática de Beriev. 







Do ponto de vista de soluções, o "monstro do mar Cáspio" (ou ekranoplan) poderia ser um antecedente do design do Neptun. Alguns dos motores de BE-2500 foram também colocadas no nariz da aeronave.
Alguns fatos sobre a aeronave esperado para chegar a 2022: a envergadura é quase tão longo quanto o comprimento da aeronave (130 metros). Com a sua cabine pressurizada, o Be-2500 é capaz de voar com uma velocidade de 800 km / a altitude de cerca de 10 000 metros, voando a baixo de 400 metros, explorando o efeito de amortecimento ( "asa no chão"), a velocidade é de apenas um pouco mais de 400 km / h, este gigante é capaz de tirar uma carga de 1.000 toneladas por mais de 16.000 quilômetros, essa energia é fornecida por seis motores.

Devido aos altos custos do projeto (10-15 bilhões de dólares) não é certo que veremos o Neptun em voo. 
Comparado com o Airbus A-380 (com mais de 800 lugares disponíveis), o Neptun seria capaz de fornecer quase o dobro de assentos a bordo.




Após cem anos, um barco voador será o maior avião de novo?


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